Tribuna dos Sócios / O Estilo
Art Déco
Originado na França, na década de 20, o Art Déco foi um dos estilos arquitetônicos mais difundidos em todo o mundo. Conhecido através dos famosos arranha-céus de Nova Iorque, essa tendência simbolizou a modernidade da época, unindo atributos ecléticos à racionalidade da arquitetura.
Decorativo, Internacional, Industrial, Moderno e Cosmopolita: essas são as principais características intrínsecas ao Art Déco, segundo Conde e Almada (1996). Cada uma delas foi aplicada tanto em objetos cotidianos, quanto em grandes construções, compondo um estilo único e universal ao mesmo tempo.
O gênero arquitetônico desenvolveu particularidades em seus elementos em cada local construído. Seja através da forte geometrização, da ênfase na riqueza dos detalhes ou na inspiração do desenho industrial (Streamline). Além disso, inovou materiais e técnicas de construção, destacando revestimentos, caixilharias, vãos e alturas, como vemos no projeto do Jockey Club.
Chrysler Building, Nova Iorque, 1930. Projeto de William van Allen. Foi o edifício mais alto do mundo na época de sua construção.
ZENITH 6P430 Ingraham Cabinet Tube Radio, Design Art Déco.
Teatro Goiânia, Goiânia, 1942. Projeto do arquiteto Jorge Félix. Ícone do Art Déco goianiense.
Projeto original
Construído em obediência ao projeto do arquiteto Elisário Bahiana, a Tribuna dos Sócios, compreendia o maior apelo plástico entre todos os edifícios do conjunto hípico.
Dotado das linhas geométricas do estilo Art Déco, repertório recorrente ao trabalho do arquiteto, continha elevada torre central que conferia à volumetria horizontal rigorosa simetria e, do mesmo modo, agregava linhas aerodinâmicas e futuristas ao edifício.
O conjunto do Jockey Club foi tombado em 16 de agosto de 2010 pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).
Fachada Tribuna dos Sócios de Elisiário Bahiana, 1937-41.
Modificação
A partir de 1946, após o sucesso de público e associados do empreendimento, decidiu-se pela ampliação das instalações. O arquiteto francês Henri Sajous, foi o encarregado da obra e ao longo de 12 anos não só ampliou, como remodelou fachada e interiores dos edifícios. O francês deu todos os tons de glamour, requinte e sofisticação ao novo edifício.
O partido de Sajous foi a vertente neoclássica do art déco, especialmente inspirada no Palais Chaillot parisiense, terminado apenas poucos anos antes. As aproximações estilísticas são encontradas em elementos construtivos como as pilastras, os grandes caixilhos de ferro, o frontão encurvado e as figuras escultóricas.
Em 1954, por ocasião do 4ª centenário da cidade de São Paulo, foi finalmente reinaugurado o novo conjunto do Jockey Club, versão que chega até nós em 2020. É a esta versão portanto, modificada pelo arquiteto francês, que se dedica este projeto de restauro.